terça-feira, 26 de abril de 2011

IGREJA PERSEGUIDA QUE ESTÁ EM SUCUMBÍOS, EQUADOR

Mensagem de Solidariedade A Igreja Perseguida que está Em Sucumbíos, Equador

Opera os prodígios de tua bondade,
Tu, que salvas dos agressores
Os que se refugiam à tua direita
Sl 17, 7

Nós, assessores e assessoras das CEBs do Brasil, reunidos na casa de retiro Nossa Senhora da Assunção, na cidade do Rio de Janeiro, ficamos sabendo do profundo sofrimento que se abate sobre está igreja San Miguel de Sucumbíos, Equador.

Durante esses mais de 40 anos de pastoreio de DomGonzalo, a igreja de Sucumbios, tornou-se uma igreja comunitária, ministerial, laical, profética e missionária.

Encorajados pela palavra de Deus lida, refletida e celebrada em comunidade, os camponeses, os indígenas, os negros, as mulheres e os jovens, aprenderam viver o seguimento a Jesus, realizando uma infinidade de serviços sociais, como associações, cooperativas, sindicatos, e diversos grupos de cooperação e assistência aos mais necessitados. Souberam também cuidar da vida litúrgica, sacramental e catequética.

Essa comunidade eclesial conheceu também a perseguição, a calúnia e o martírio, promovidos por aqueles que se opunham à libertação dos pobres.

Como reconhecimento pelo grandioso trabalho realizado, Dom Gonzalo e a Igreja local receberam várias condecorações de organizações, universidades, da Assembleia Nacional do Equador e do presidente Rafael Correa.

A partir da renuncia de Dom Gonzalo, em outubro de 2010, a igreja de Sucumbios, está vivendo uma dura e profunda perseguição promovida pelas autoridades eclesiásticas.

Muitos dos padres por ele ordenados foram suspensos de seus ministérios, sob alegação de nulidade de tal ato; lideranças leigas foram destituídas de seus ministérios, expulsas e até agredidas fisicamente.

Apesar de toda essa perseguição a comunidade de Sucumbios vem resistindo por meio de vigílias, manifestos, protestos e caminhadas. Entretanto, a situação permanece indefinida.

Diante do que assistimos, em Sucumbíos, repudiamos às medidas arbitrárias e manifestamos nosso apoio e solidariedade a esta igreja perseguida. Não concordamos com a ameaça de interrupção à caminhada dessa igreja, que está em plena comunhão com as orientações do Concilio Vaticano II e do magistério latino americano a partir de Medellín.

Façamos das pedras, caminho;
Das perdas, memória;
Da dor, oportunidade;
Da perseguição, força;

Do sonho a utopia e o horizonte no hoje da história,
sustentados pelo evangelho de Jesus Cristo.



Rio de Janeiro, 17 de abril de 2011.

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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Missão de Sucumbíos reúne Assembléia sem os Arautos

Recebemos o seguinte relato da Assembléia que a Igreja de Sucumbíos, no Equador, realizou, sem a presença do novo Administrador Apostólico, pertencente aos Arautos do Evangelho, nomeado para substituir D. Gonzalo Lopez, Carmelita Descalço.

BOLETÍN DE PRENSA

Lago Agrio 7 de enero del 2011

Os representantes das Comunidades Eclesiais de Base, Ministérios Reconhecidos, Agentes de Pastoral, Missionárias e Missionários, Clero Diocesano, serviços pastorais, representantes de Movimentos da Igreja de São Miguel de Sucumbíos (ISAMIS) e Organizações Populares da Província, resolveram por maioria de votos (79%), pedir a saída do novo administrador apostólico do Vicariato de São Miguel de Sucumbíos, Padre Rafael Ibarguren Schindler, e da Congregação Arautos do Evangelho - Cavaleiros da Virgem - à qual pertence, assim como a nomeação de um novo bispo para o Vicariato de Sucumbíos.

Estas decisões foram adotadas no dia de hoje durante a Assembléia Diocesana extraordinária da ISAMIS, que contou com a participação de 238 pessoas, das quais 110 tiveram voz e voto, de acordo com os regulamentos da assembléia e os estatutos que regem o Vicariato. A assembléia não contou com a presença do Padre Rafael, nem de nenhum dos membros de sua Congregação, apesar de ter sido acordada e confirmada sua participação com anterioridade. Diante do desconhecimento absoluto de seu paradeiro e das razões do abandono de sua responsabilidade pastoral, resolveu-se que o Padre Edgar Pinos assumisse a direção da assembléia, de acordo com o procedimento da atuação nestas situações.

As causas para tal resolução foram debatidas e analisadas no seio da Assembléia: os constantes descumprimentos, a ausência permanente nos espaços legais e legitimamente criados para o encontro e o diálogo com os diversos setores da Igreja, a falta de informação e de direção pastoral, os conflitos vividos na base da Igreja, derivados da atuação dos Arautos do Evangelho, e a falta de transparência e legalidade na formação do Conselho Jurídico e Econômico do Vicariato, são alguns dos argumentos expressos na Assembléia para declarar a incapacidade para o exercício do cargo de administrador diocesano do Padre Rafael. Outra das resoluções adotadas é solicitar das autoridades competentes que Monsenhor Jesús Esteban Sádaba, Bispo do vizinho Vicariato de Aguarico, Província de Orellana, assuma a direção deste vicariato de forma transitória, até a nomeação definitiva de um novo Bispo.

A comunicação desta situação e das resoluções adotadas às autoridades eclesiais equatorianas e vaticanas, assim como às autoridades do governo central equatoriano e dos ministérios da Justiça, Direitos Humanos e Cultos, de Relações Exteriores e Assembléia Nacional, foi aprovada pela Assembléia por indiscutível maioria.

Deve-se ressaltar que apesar das tensões, a Assembléia se desenvolveu em clima democrático, participativo e respeitoso que é habitual na ISAMIS, sem que nada justifique a presença da polícia nacional, solicitada expressamente pelo Padre Rafael Ibarguren para "prevenir possíveis desmandos", como deram a conhecer os policiais presentes, através da leitura do ofício enviado e firmado pelo administrador apostólico ao Governo de Sucumbíos. A Assembléia em seu conjunto não dava crédito ao que estava vivendo, algo totalmente inusual e nunca antes visto nos quarenta anos da direção anterior.

Uma vez mais a atitude agressiva e atentatória dos Arautos do Evangelho, e o total desconhecimento do povo e da realidade de Sucumbíos, fez-se evidente, provocando nos participantes o sentimento de ofensa e maltrato por parte de um administrador ausente que não é capaz de implicar-se nem de identificar-se com o projeto de igreja local vigente.

"Nos vêem como delinquentes"; "Porque se sentem tão ameaçados?"; "Não se importam em nada de nós"; "Não dão a cara para resolver os problemas"; "Assim tratam os amigos?" são algumas das expressões ouvidas durante a assembléia, e que denotam o sentimento da maioria dos presentes, e a falta de confiança necessária para prosseguir com um trabalho conjunto. Como podem trabalhar um administrador apostólico e seus irmãos de congregação em um vicariato onde têm medo da gente e a evitam?

Por último a Assembléia Diocesana se declara em vigília permanente até que estas demandas sejam atendidas, e faz um chamado à solidariedade ativa e ao compromisso de grupos eclesiais do país e do mundo inteiro, organizações sociais, instituições públicas e privadas, autoridades locais, provinciais e nacionais, solicitando que se unam com suas ações a esta campanha por restabelecer e revitalizar o espírito fraterno e comunitário que sempre caracterizou ISAMIS.

Maritza Flores
Secretaria Asamblea


Amparo Peñaherrera S
Comisión de Comunicación

(Tradução do Espanhol: equipe de comunicação da Província)

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Oremos para que tudo seja resolvido segundo os desígnios de Deus, para Sua Glória, para o bem daquela Igreja.

Fonte na internet:
http://provsjose.blogspot.com/2011/01/missao-de-sucumbios-reune-assembleia.html

IMPRIMA ESTE TEXTO

2 comentários:

Otávio de Melo disse...

Me descupem, mas fiquei totalmente decepcionado com a publicação de uma notícia nesse blog INFORMATIVO: "Igreja perseguida que está em Sucumbíos, Equador." Se vê que vocês não procuraram saber da realidade dos acontecimentos e publicaram um comunicado de prensa que não tem oficialidade, não representa a verdadeira Igreja de Cristo, posto que foi o próprio Papa, vigário de Cristo, que mandou esses novos sacerdotes para apascentar suas ovelhas. Não basta receber informes ou comunicado de solidariedade", é preciso ir até lá e ver com os próprio olhos antés de publicar "notícias ou pronunciamentos" que não tem pé na realidade, vocês estão para informar e naõ desinformar. Foi o Papa que os mandou para lá, se não estão contentes com o Papa, então que se mudem, mas deixem os que querem seguir a Cristo através da verdadeira fé, doutrina e devoções. Vocês deveriam fazer uma pesquisa sobre a vida particular dessas pessoas que tanto defendem os pobres. Não é preciso fazer muito esforço para descobrir o quanto que esses "religiosos" se preocupavam com os pobrezinhos, basta apertar os bolsos deles e ver o tanto de dinheiro que la se encontra, isso sem falar da parte moral... Francamente, até quando vamos seguir brigando dentro de nossa própria casa e deixar que o demônio arraste para o inferno tantas almas? Nem só do pão vive o homem, mas sim da palavra de Deus. O povo não quer saber de CEBs, o povo não quer saber de luta de classes, o povo não que saber de POLÍTICA, o povo quer a PALAVRA DE DEUS, O POVO DESEJA VIDA INTERIOR, O POVO SENTE FALTA DA BOA DOUTRINA. Pobre haverá até o fim dos tempos, ser pobre não é somente não ter dinheiro ou bens materiais, a pobreza maior é a do coração, o pobre de espírito, o apegado às coisas terranas, viver no egoísmo, viver na indifênça, roubar, matar, viver sem Deus é ser POBRE de verdade, pois o único tesouro que enche nossos corações é Deus.

Anônimo disse...

gostei do comentario do Otavio.
A igreja precisa é de missionarios que vivem a religiao no seu dia-a-dia. E o dia-a-dia de um religioso não é viver no meio da política...
Pobres teremos até o fim do mundo. Jesus disse para Judas: "Pobres sempre tereis entre vós" E Judas
reclamava porque ele era o encarregado da bolsa...
Aí vai o 'amor aos pobres'

Ricardo Barcelos Motta