Ordenações sacerdotais previstas por um grupo católico ultraconservador não serão válidas, mesmo depois de o papa Bento XVI ter suspendido a excomunhão dos líderes da organização, informou a Santa Sé no dia de ontem.
O Vaticano emitiu declaração reiterando que a Sociedade de São Pio X ainda não tem status dentro da Igreja Católica e que seus sacerdotes não têm um ministério legítimo.
A Igreja havia excomungado, em 1988, os quatro bispos da Sociedade, depois que foram consagrados, sem autorização papal, pelo bispo tradicionalista Marcel Lefebvre. Lefebvre fundou a organização em 1969, para se opor às reformas liberalizantes do Concílio Vaticano 2º, principalmente a abertura a outras religiões.
Em janeiro, Bento XVI havia suspendido as excomunhões, em uma tentativa de atrair os dissidentes de volta para a Igreja. Mas a decisão causou indignação entre judeus e católicos, porque um dos prelados, o bispo Richard Williamson, é um negacionsita do Holocausto.
O papa fez, depois, uma rara admissão de erro, dizendo em uma carta enviada em março aos bispos católicos do mundo que desconhecia as opiniões e Williamson ao levantar a excomunhão. na carta, Bento destaca que a Sociedade não tem status legal na Igreja e que seu sacerdotes não exercem um ministério legítimo.
O Vaticano reiterou esses pontos nesta quarta-feira, em resposta ao anúncio, feito pela Sociedade, de que pretende ordenar três padres e três diáconos em 27 de junho. Quaisquer ordenações feitas pelo grupo "devem ser consideradas ilegítimas", diz a nota.
A Igreja considera as ordenações pela Sociedade "válidas mas ilícitas". Elas são válidas porque Lefebvre era um bispo ordenado validamente dentro da Igreja Católica, e portando dotado do poder de ordenar outros. Mas como estava suspenso desde 1976, ele não tinha autoridade papal para consagrar novos bispos, o que significa que as consagrações foram ilícitas, ou ilegais, aos olhos da Igreja.
Ordenações subsequentes feitas pelo grupo também são consideradas "válidas mas ilícitas".
A notícia é do portal do jornal O Estado de S. Paulo, 17-06-2009 e do jornal La Repubblica, 18-06-2009
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