quinta-feira, 28 de abril de 2011

A CAMPANHA DA FRATERNIDADE ANTECIPA OS DEBATES DA RIO+20

Já está circulando a revista ECO 21 de abril de 2011. Uma das principais publicações sobre meio ambiente e sustentabilidade no Brasil, a ECO 21 deste mês traz excelentes textos.

A informação é da Agência Envolverde, 28-04-2011.

Eis o editorial da revista ECO 21.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) deu início à Campanha da Fraternidade 2011 cujo slogan este ano é “Fraternidade e Vida no Planeta” dando continuidade a uma antiga preocupação da CNBB sobre a questão ambiental. A Campanha mais antiga em torno à ecologia aconteceu em 1979, com o lema: “Preserve o que é de todos”. Em 2002, a Campanha tratou da Amazônia; em 2004 refletiu sobre a questão da água e, em 2007 discutiu o tema “Povos Indígenas e a questão da terra”.

A aprovação das mudanças do Código Florestal é uma das principais preocupações da CNBB, disse Dom Dimas Lara Barbosa, Secretário Geral da CNBB. “Há pouco tempo tivemos, uma reunião com técnicos do MMA e pudemos observar o esforço que setores do Governo estão fazendo para dialogar com movimentos sociais representativos das comunidades mais vulneráveis como quilombolas, ribeirinhos, povos indígenas, atingidos pelas barragens. Todos esses movimentos têm procurado o Governo e a CNBB no sentido de incentivar para que não sejamos tão apressados em aprovar o novo Código Florestal”, disse dom Dimas. Nas últimas semanas ele demonstrou, ainda, preocupação com o Pré-Sal e com a usina Belo Monte, que será construída no Xingu. Ele revelou que Altamira já sente o impacto da obra com a chegada em massa de novos moradores e que a cidade não tem infraestrutura para acolher a todos.

A Campanha sugere realizar, nos níveis pessoal, comunitário e de governo, ações de preservação. “O cidadão pode colaborar com pequenos atos e cultivar hábitos saudáveis como a utilização de fontes renováveis de energia, como é o caso da energia solar, coleta seletiva de lixo, a própria questão do respeito com relação à água”.

Dom Dimas lembra a luta dos povos indígenas que obteve da Assembleia Geral da ONU a declaração formal de que água e saneamento são direitos humanos. “No atual contexto de aquecimento global e mudanças climáticas, a tendência é que os debates relativos à problemática dos recursos hídricos sejam monopolizados por uma eventual crise de oferta de água potável num futuro próximo”.

Inserido nessa visão, Dom Canísio Klaus, Bispo de Santa Cruz do Sul e ativista da Campanha, esclarece a proposta da Igreja Católica: “ela nos convida a uma conversão ecológica que implica em defender as condições para que a vida possa se desenvolver. Lutar pela pureza do ar e das águas e se empenhar na preservação das plantas e dos animais. É bom agirmos rápido. Muitos já foram tragados por ondas gigantes, outros foram sufocados pelos deslizamentos provocados com a ocupação das encostas dos morros. Inúmeras são as famílias obrigadas a migrar por causa das longas estiagens e milhares são os que estão sob a ameaça das radiações atômicas no Japão”.

Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, escreveu: “Este Planeta é o nosso hábitat. Não existe outro local, até agora conhecido, possível de habitarmos. Por isso, a Campanha da Fraternidade nos direciona para a conscientização sobre a sustentabilidade com o Reduzir, Reutilizar, Recuperar, Reciclar, Repensar”. Trata-se do primeiro passo para aprofundar os temas básicos da RIO+20: “Economia Verde, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza”. É um bom presságio.

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