O governo de Portugal garante se empenhar para esclarecer a participação do vice-cônsul português Adelino Vera Cruz Pinto, em um suposto desvio de R$ 2,5 milhões da Arquidiocese de Porto Alegre da Igreja Católica. A inspeção consular – como é chamada a investigação – é conduzida em sigilo pelo diplomata Vitor Sereno, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, e não tem prazo definido para conclusão.
A reportagem é de José Luís Costa e publicada pelo jornal Zero Hora, 07-04-2011.
O trabalho começou na capital gaúcha, onde Adelino atuava no o consulado, e deve se estender até a Bélgica, país de origem de uma ONG que intermediaria repasses de dinheiro do governo português para restauração de paróquias no Rio Grande do Sul. O caso também vem sendo acompanhado pela imprensa portuguesa.
– A intenção é encerrar a investigação o mais breve possível. Será um inquérito muito rigoroso – limitou-se a dizer ontem Paula Mascarenhas, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, organismo ao qual Adelino está vinculado.
Na Bélgica, os investigadores portugueses devem esclarecer se, de fato, existe a ONG que se chamaria Patrimônio de Restauração. Nenhum site com esse nome foi localizado. Além disso, será preciso descobrir quem é Teresa Falcão e Cunha, a mulher que se apresentou como diretora da ONG e teria recebido pessoalmente em Lisboa os R$ 2,5 milhão da Igreja.
O dinheiro foi depositado na conta corrente do vice-cônsul, como contrapartida da Igreja no projeto de restauração e não poderia ser movimentado. Mesmo assim, Adelino sacou o recurso e entregou a Teresa, supostamente para agilizar a liberação de R$ 12 milhões para a reforma das paróquias. Zero Hora já tentou diversas vezes falar com Teresa por telefone e por e-mail, mas não obteve retorno.
Vice-cônsul prometeu devolver dinheiro até dia 11
Segundo o advogado Amadeu Weinmann, o vice-cônsul está em Lisboa, onde teria prestado depoimento, cujo teor é mantido em segredo, e recebido ordem para evitar entrevistas. Dias antes de viajar, quando o caso se tornou público, Adelino ligou para a Cúria, prometendo a devolução dos R$ 2,5 milhões até 11 de abril.
De acordo com a Arquidiocese, Adelino se empenhou nas negociações para a doação, sempre falando em nome de autoridades de Portugal, que seriam as responsáveis pelo repasse dos R$ 12 milhões. Conforme Weinmann, Adelino só intermediou a doação de uma verba, que seria de uma ONG, porque era amigo do padre Luís Inácio Ledur, administrador da Arquidiocese.
Antes disso, acompanhado de um ex-procurador Comunidade Evangélica Luterana São Paulo, Tirone Lemos Michelin, Adelino visitou 11 cidades do Interior propondo negócios em parcerias com prefeituras e universidades, mas nenhum dos contatos teria resultado em convênios com Portugal.
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Um comentário:
Sempre ouvi os causos do “conto do vigário”, que para sobreviver o vigário de uma cidade da fronteira era muito criativo para conseguir os meios de vida e evangelização em uma região de incrédulos. O coitado do vigário fazia das tripas o coração para sobreviver, e nesta região existia centenas de ditos populares, lembro este “mais feio que sapato de vigário”. Agora parece que é a Igreja é que amarga um duro golpe em suas parcas finanças, colocando na mão de um cônsul Português Adelino Pinto, que se dizia responsável amigo do Pe. Ecônomo da Cúria, 2 milhões e 500 mil reais para garantir o recebimento de mais de 10 milhões para reformas de Igrejas do período português (Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre e a Igreja de Triunfo).Agora já se sabe que este dinheiro foi usado pelo cônsul em suas necessidades e desviado dos objetivos. Penso que este 2.5 milhões que a Arquidiocese de Porto Alegre quer reaver do governo Português, alegando que o tal cônsul Adelino Pinto era funcionário do governo, é o governo seria responsável é muito temeroso. Numa situação econômica que se encontra Portugal e mais fácil estas Igreja de origem Portuguesas carentes de reformas caírem que a Arquidiocese receber de volta este dinheiro. Quem conhece os balancetes econômicos das Paróquias sabe muito bem suas dificuldades, e nossas Paróquias vivem sempre no limite precisando de coletas especiais para reformas. Ficamos tristes porque novamente nossas comunidades foram enganadas, restando para nós somente um milagre para que este dinheiro retorne. Penso que nem tenhamos condições, como leigos de querer alertar o setor econômico da Arquidiocesede Porto Alegre com estes tipo de envolvimento, mas uma certeza temos a que de tempos em tempos fatos como este infelizmente acontecem.
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