domingo, 16 de janeiro de 2011

HÁ MIL ANOS, NENHUM PAPA BEATIFICOU SEU ANTECESSOR

A beatificação de João Paulo II é um evento histórico sem precedentes, já que, nos últimos dez séculos da Igreja Católica, nenhum Papa proclamou o seu antecessor beato, nenhum Papa proclamou o seu antecessor beato, como ocorrerá no próximo dia 1º de maio, quando Bento XVI irá elevar Karol Wojtyla à glória dos altares.

Assim foi indicado nesta sexta-feira pelo jornal vaticano L'Osservatore Romano, que assinala que é preciso remontar à Idade Média para encontrar casos mais ou menos similares.

A publicação lembra que Pietro de Morrone, o eremita que foi elegido papa com o nome de Celestino V em 1294 e renunciou ao Sólio Pontifício vários meses depois, foi proclamado santo em 1313, 20 anos depois da morte, mas pelo seu terceiro sucessor.

A santidade de Leão IX (1002-1045) e de Gregório VII (1020-1085) foi, sim, reconhecida imediatamente depois de seus falecimientos.

O último papa proclamado santo foi Pio X (1835-1914), que foi canonizado em 1954, já nos tempos modernos.

O número de papas que foram santificados ao longo da história chega a 78, incluindo o apóstolo Pedro, e outros 10 foram beatificados.

Praticamente, todos os bispos de Roma subiram aos altares até o século VI, entre eles São Dâmaso I [ou Damásio I] (366-384), o único papa de origem espanhola elevado à glória dos altares.

A partir desse século, o número de pontífices proclamados santos caiu, destacando-se Gregório I, "O Magno", cujo papado se estendeu de 590 a 604, e que é considerado um dos doutores da Igreja.

Os vigários de Cristo que subiram aos altares foram menos nos séculos seguintes. De fato, durante a Idade Média, só foram santificados dois papas no século XI (Leão IX e Gregório VII) e um no século XIII (Celestino V).

Pio V foi o único santificado do Renascimento, e, em seu papado (entre 1566 e 1572), ocorreu a vitória cristã na batalha de Lepanto, e foi ele que excomungou a rainha Isabel I da Inglaterra.

Desde então, é preciso remontar ao século passado, quando Pio X foi santificado.

O primeiro papa beato foi Vítor III, cujo pontificado só durou pouco mais de um ano, de 1086 a 1087.

Seu sucessor, Urbano II, também foi beatificado, assim como Eugênio III (século XII), Gregório X (século XIII), Inocêncio V (século XIII), Bento XI (século XIV), Urbano V (século XIV) e Inocêncio XI (século XVII).

Pio IX e João XXIII são os dois últimos papas beatos, ambos beatificados por João Paulo II no dia 3 de setembro de 2000.

O primeiro deles exerceu seu pontificado entre 1846 e 1878 – o segundo mais longo da história – e proclamou os dogmas da Imaculada Conceição de Maria, em 1854, e a infalibilidade do Papa durante o Concílio Vaticano I, em 1870.

João XXIII (Angelo Giuseppe Roncalli), também conhecido como o "Papa Bom", ocupou a cátedra de São Pedro entre 1958 e 1963, e, dois anos depois de sua morte, quiseram fazê-lo santo por aclamação durante o Concílio Vaticano II, que ele havia convocado.

Atualmente, encontra-se aberto o processo de beatificação de Pio XII (1939-1958) e de Paulo VI (1963-1978).

João Paulo II se adiantará aos dois anteriores e será elevado à glória dos altares sem que o processo para sua beatificação tivesse que esperar os cinco anos de sua morte, como contempla a normativa vaticana.

Embora Bento XVI tenha decidido no começo do seu pontificado não oficiar cerimônias de beatificação e só de canonizações, novamente fará uma exceção e proclamará Karol Wojtyla beato, confirmou o Vaticano.

Em setembro do ano passado, ele também proclamou beato, durante sua visita ao Reino Unido, o cardeal John Henry Newman (1801-1890), um convertido do anglicanismo, considerado um dos "pais espirituais" do Concílio Vaticano II e um reconhecido intelectual que influenciou em sua formação.

A reportagem é da agência Efe, 14-01-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Está no Evangélho que Jesus afirmou ter muitas coisas para dizer,mas que se ele falava das coisas da Terra e não era entendido,quanto mais as coisas do Céu...

Em média uma pessoa pessoa vive 70 anos e é impossivel neste curto tempo alguém vencer a ignorância que gera todos seus pecados e vícios e iluminar-se como quer o Cristo,daí podemos concluir que a vida é eterna sim,e que nascemos e renascemos, até concluirmos o aprendizado e a boa prática de todas as ciências da vida terrena,cósmica e divina,para merecermos o privilégio de ascendermos,iluminados,realizados como verdadeiras sementes de luz, de Deus.

Porque estudo o Evangelho e o pratico de coração aberto, vejo na simplicidade e grandeza das palavras de Jesus que só atingimos a maturidade e realizamos a função essencial de nos tornar verdadeiros Seres Humanos quando aprendemos a amar dia após dia, vida apos vida,num contínuo despertar sob o Sol.

A intuição me diz que esse nosso Papa, Joseph Ratzinger é um homem especial, um Doutor da Igreja que formulou ,consolidou as mais louváveis instruções para o desenvolvimento do Cristianismo, nos seus primórdios - Ele, Santo Agostinho,volta para coroar o nosso tempo e dignamente assumindo o seu novo papel, como Papa Bento XVI.

A vida é eterna e temos a eternidade inteira para deixarmos de ser crianças , abrir nossos olhos e humildemente revermos as lições que estão escritas nas flores, nos astros,no próximo e principalmente no mais íntimo de nós, filhos-sementes de Deus.

Ou não somos filhos-sementes de Deus?

ATR