Começa nesta quinta-feira, 16, em Salvador (BA), o Seminário Nacional da Campanha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens. Até domingo, 19, o evento vai reunir representantes de vários estados para aprofundar a temática sobre juventude e planejar novas ações contra as estatísticas que apontam os jovens como as principais vítimas da violência no Brasil.
Lançada em novembro de 2009, a Campanha é uma iniciativa das Pastorais da Juventude do Brasil, com o apoio do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para debater as diversas formas de violência praticadas contra a juventude, denunciar o extermínio de milhares de jovens no Brasil e desencadear ações que possam mudar a realidade.
Para o assessor nacional da Pastoral da Juventude e do Setor Juventude da CNBB, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, a Campanha tem alertado a sociedade de que é preciso fazer algo urgentemente, “pois todos os dias jovens são mortos de uma maneira que nos estarrece”.
A expectativa, comenta padre Sávio, é de que o Seminário possa impulsionar as ações da Campanha nacional em defesa da vida dos jovens. “Precisamos, à luz do Evangelho, procurar nutrir nossa juventude e toda a sociedade com as propostas de Jesus Cristo e estimular políticas publicas que promovam a dignidade da pessoa humana.”
Em entrevista para o site da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, o assessor nacional da Pastoral da Juventude e do Setor Juventude da CNBB, padre Carlos Sávio da Costa Ribeiro, falou sobre o desafio da Igreja para defender a vida dos jovens brasileiros e comentou sua esperança no protagonismo dos jovens que se reúnem a partir de amanhã no seminário nacional, em Salvador, que vai planejar ações da Campanha para 2011.
Padre Carlos Sávio destacou a necessidade de se debater a realidade que aponta os jovens como as principais vítimas da violência e disse que é preciso estimular políticas públicas que promovam a dignidade da pessoa humana. Confira a entrevista na íntegra:
Qual o sentimento da Igreja no Brasil e do Setor Juventude da CNBB diante das estatísticas que mostram o jovem como principal vítima da violência no país?
Um sentimento de que precisamos realmente fazer algo, pois a Igreja como grande promotora da vida, desde a concepção até o seu acaso, deve orientar os seus fiéis que a defendam com toda disposição e entusiasmo. E é assim que os jovens devem responder a tudo isto que estamos vendo quotidianamente.
Na sua opinião , o que é preciso para mudar essa realidade?
Primeiro precisamos conhecer profundamente a realidade que nos interpela, uma realidade que já somos bem conhecedores. Depois, à luz do Evangelho procurar nutrir nossa juventude e toda a sociedade com as propostas de Jesus Cristo, que são de vida em abundância, e, como prática, após o conhecimento da realidade à luz do que nos ensina Jesus, estimular políticas públicas que promovam a dignidade da pessoa humana.
Como o senhor avalia a Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, sendo essa uma proposta de intervenção na realidade planejada e executada pelos próprios jovens?
Acredito que a Campanha, mesmo com os seus limites, tem feito o seu papel de chamar a atenção da sociedade de que é preciso fazer algo urgentemente, pois todos os dias jovens são mortos de uma maneira que nos estarrece. Não podemos nos calar e a Igreja, como mãe e mestra, tem suscitado estes profetas que denunciam a violência contra a juventude. Como dizia o Papa João Paulo II: "os jovens são sentinelas do amanhã" e precisam ser audaciosos na sua ação em meio à sociedade. Fico muito feliz em constatar que os jovens cada vez mais se interessam pela Campanha e a vivem, cada um dentro de sua realidade.
O seminário nacional que começa amanhã em Salvador pretende planejar novas ações da Campanha para 2011. Que luzes o padre espera do Seminário para a vida da juventude brasileira?
Espero que este seminário possa gerar cada vez mais, através de ações bem planejadas, um impulso para continuarmos esta caminhada pela vida. Que os nossos jovens possam analisar tudo que já foi feito e traçar metas substanciais para continuar esta Campanha tão bonita e bastante desafiadora. Coragem eles têm de sobra para isso. Como assessor nacional da Pastoral da Juventude e do Setor Juventude Nacional, fico feliz em perceber este dinamismo das nossas juventudes.
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