"Se há um sinal que caracteriza a cultura europeia em todas as suas dimensões, é a cruz. Trata-se de um símbolo dominante em todos os aspectos do nosso saber. Porque todos os aspectos da nossa cultura se fundamentam naquela forma peculiar de monoteísmo que é o cristianismo".
O filósofo Massimo Cacciari, prefeito de Veneza, está irritado com as polêmicas destes dias sobre os crucificos nas escolas [italianas]. Se fosse por ele, eles não deveriam ser retirados de nenhum lugar. Pelo contrário, "deveriam ser colocados em todo o lugar, se todos soubessem verdadeiramente o que o crucifixo quer dizer...".
O filósofo Massimo Cacciari, prefeito de Veneza, está irritado com as polêmicas destes dias sobre os crucificos nas escolas [italianas]. Se fosse por ele, eles não deveriam ser retirados de nenhum lugar. Pelo contrário, "deveriam ser colocados em todo o lugar, se todos soubessem verdadeiramente o que o crucifixo quer dizer...".
Eis a entrevista.
O que o crucifico quer dizer?
É um símbolo que fala de um sofrimento. Um sofrimento que sabe acolher em si todos os sofrimentos e, de alguma forma, redimi-los. O crente pensará sobre ele de um modo, o historiador das religiões, de outro. Mas não muda. Ele é um sinal de extraordinária acolhida, de extraordinária doação de si.
Um símbolo que fala da condição existêncial do homem? Da experiência do luto?
A crucificação não é só um sinal de luto. Certamente, é um sinal de derrota. Mas a paradoxalidade e a excepcionalidade desse monoteísmo é que Deus se faz homem e, no seu ser derrotado, vencido e morto, ele vence. A crucificação se torna, então, um erguer-se. Toda a dialética teológica, filosófica, cultural, científica que caracteriza a nossa cultura fundamenta-se nesse símbolo.
Pode-se considerar o crucifixo como um símbolo laico?
Certamente. Jesus era um mestre de laicidade. Quem disse que o seu reino não é desse mundo? Não existe nenhuma religião mais laica do que o cristianismo. De onde vem a nossa laicidade? De Marte? Não, é um valor cristão.
O crucifixo não como sinal sectário, de exclusão, mas como símbolo do oposto?
Estou absolutamente convencido de que, se Jesus voltasse para a terra, o primeiro a tirar os crucifixos das escolas seria ele, porque já se tornaram ornamentos totalmente incompreendidos.
Um comentário:
sem passar pela cruz, não seremos verdadeiros cristãos (Padre Alfredinho) semana teológica do CODILEI - Santos)
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