quarta-feira, 6 de julho de 2011

SÃO PAULO DEU INÍCIO AOS PREPARATIVOS PARA A 13ª ROMARIA DA TERRA E DAS ÁGUAS

A Comissão de Pastoral da Terra (CPT) do estado de São Paulo, região Sudeste do Brasil, e os moradores do entorno do Aterro Mantovani deram início aos preparativos para a 13ª edição da Romaria da Terra e das Águas de São Paulo, marcada para o próximo dia 21 de agosto em Santo Antonio de Posse.

Segundo Carina Betlinm, integrante da Comissão de Pastoral da Terra (CPT), estão sendo realizadas reuniões de mobilização com os moradores do entorno do aterro e moradores vizinhos. "Queremos mobilizar muita gente para que tomem conhecimento sobre o caso", afirmou.

Com o tema "Um grito de dor, um clamor por justiça", a Romaria quer chamar a atenção e mobilizar o maior número de pessoas para o caso do Aterro Mantovani, que há 37 anos recebe lixo tóxico de aproximadamente 60 multinacionais.

Cerca de 326 mil toneladas de lixo já foram depositadas no local. O aterro está localizado no quilometro 147 da Rodovia Campinas, Mogi Mirim, em Santo Antonio de Posse.

Conforme documento da Romaria, desde a década de 70, o aterro recebeu ilegalmente todo tipo de resíduo contaminante de indústrias químicas, sem nenhum monitoramento.

Para Andrelina Vieira, que também integra a CPT, o momento é de denunciar o descaso. "Temos que gritar e dizer o mal que as empresas fizeram pro povo que mora próximo ao aterro. A água está contaminada, não pode ser utilizada para nenhum fim. Os moradores estão bebendo água que algumas empresas, que ajudaram a contaminar, distribuem na região", explica.

Ação na justiça

A organização da Romaria acrescenta ainda que, em 2001, foi aberta uma ação civil pública responsabilizando 60 empresas pelo lixo depositado no aterro. 48 empresas foram responsabilizadas a assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), termo jurídico firmado entre Ministério Público e parte interessada, quese compromete a agir de acordo com as leis, sob pena de multa. A ação exigia que as empresas evitassem que a poluição continuasse se espalhando e que reparos fossem feitos para amenizar as consequências provocadas na vida dos moradores.

Segundo Andrelina, pouco se avançou depois da assinatura do documento. "Queremos com a Romaria tornar ainda mais público o problema e buscar soluções imediatas para o cuidado com a vida dos moradores, da terra e da água".

As mobilizações contam com o apoio da Igreja local, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e das Comunidades Eclesiais de Bases (Cebs).

Jeane Freitas - Jornalista da Adital

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