sábado, 23 de julho de 2011

CPT DIVULGA NOTA OFICIAL ACUSANDO JUIZ DE BENEFICIAR ASSASSINOS DE LÍDERES CAMPONESES NO PARÁ

Após concluir o inquérito, a Polícia Civil, identificou os suspeitos e pediu, por três vezes a prisão deles, mas até o momento eles não foram presos

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá (PA) divulgou nesta semana uma carta repudiando a demora na conclusão do inquérito da morte dos líderes camponeses José Cláudio e Maria do Espírito Santo, e a não decretação da prisão preventiva dos suspeitos.

Conforme a CPT, os acusados já fugiram da região e se vislumbra novamente o cenário da impunidade também nesse caso.

José Cláudio e Maria do Espírito Santo foram assassinados há dois meses. A Polícia Civil do Pará concluiu as investigações e apontou como mandante dos crimes o fazendeiro José Rodrigues Moreira e como executores, os pistoleiros Lindonjonhson Silva Rocha (irmão de José Rodrigues) e Alberto Lopes do Nascimento.

Segundo a nota da CPT Marabá, mesmo identificando os executores e um mandante do crime, nenhum deles foi preso.

“Todos encontram-se livres em lugar não sabido, graças a decisões do juiz Murilo Lemos Simão da 4ª vara penal da comarca de Marabá. No curso das investigações, a polícia civil pediu a prisão temporária dos acusados, mesmo com parecer favorável do Ministério Público o juiz negou o pedido”, diz a nota.

A CPT destaca que de posse de novas provas sobre a participação dos acusados a polícia ingressou com um segundo pedido, dessa vez, requereu a prisão preventiva de todos, o pedido chegou novamente às mãos do juiz com parecer favorável do MP e, mais uma vez, o juiz negou o pedido.

Na semana passada, no final das investigações, a polícia civil ingressou com um terceiro pedido de prisão e, até o momento da divulgação do nome dos acusados em entrevista coletiva, o juiz não tinha decidido sobre mais esse pedido.

Para a entidade, ao negar a decretação da prisão dos acusado por duas vezes, o juiz contribuiu para que esses fugissem da região e, mesmo que sejam decretadas suas prisões, a prisão do grupo se torna ainda mais difícil.

O mesmo juiz, decretou o sigilo das investigações sem que o delegado que presidia o inquérito ou o Ministério Público tenha solicitado.

A reportagem é do jornal A Crítica, 22-07-2011.

Leia a nota completa no sítio da CPT.

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