terça-feira, 21 de junho de 2011

A IGREJA SEGUNDO SESBOUË

Neste novo livro, o teólogo jesuíta Bernard Sesbouë reuniu uma série de artigos já publicados, mas atualizados em função de uma situação eclesial em constante evolução. A obra inclui duas grandes partes: de um lado, o Mistério da Igreja e, do outro, a sua estrutura ministerial.

A reportagem é de Jean Rigal, publicada na revista francesa Témoignage Chrétien, nº 3.449, 16-06-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Tudo isso se inscreve no período do pós-Vaticano II, com uma coloração de abertura e com o desejo declarado de responder às novas questões do mundo de hoje.

A propósito dos elementos estruturais da Igreja, o autor retoma a trilogia tradicional da "comunidade, colegialidade presidência". A aplicação demonstra ser difícil. "O declive centralizador e monárquico da Igreja Católica mantido pela Cúria Romana mantém a colegialidade sob estrita vigilância". Certamente, a colegialidade é muitas vezes invocada, mas realmente não mudou um modo de governar que permanece centralizado.

A citação do grande teólogo alemão Möhler (1796-1838) é muito sugestiva: "Cada um quer ser tudo, e um só quer ser tudo". Talvez o autor poderia ter acrescentado o seguinte esclarecimento: o Concílio Vaticano II mantém o exercício de um duplo poder, o do colégio episcopal em comunhão com o papa e, por outro lado, o do papa sozinho, um poder "que ele sempre pode exercer livremente".

A propósito do conceito de "ministério", é de se apreciar o foco sobre os diversos modos de falar do "sacerdócio". A expressão "sacerdócio comum ou batismal" evoca um sacerdócio existencial e não ministerial. Na expressão "ministério sacerdotal", o termo "sacerdotal" é um atributo e não um sujeito. Assim, falar de "sacerdócio ministerial", como alguns fazem hoje, significa rejeitar a escolha do Concílio.

Diaconato

Os dois primeiros capítulos se referem ao diaconato permanente. Reintroduzindo-o, o Vaticano estava particularmente preocupado em atenuar o problema da falta de padres. Qual é o centro de gravidade desse ministério, um ministério na vida do mundo? Um ministério pastoral? A ordenação sacramental? Uma suplência para o pequeno número de padres? Qual é a relação, para os diáconos casados, entre o sacramento do matrimônio e o do diaconato? O teólogo se pergunta: "Por que diáconos e para fazer o quê?".

Esse novo livro do padre Sesbouë interessará não só aos teólogos, mas também aos leitores exigentes e cultos, interessados em se adentrar nas perspectivas abertas pelo Vaticano II. Argumentado, às vezes erudito e também pedagógico, oferece uma reflexão metódica e iluminadora sobre temas às vezes difíceis e que provocam discussão.

O livro:

Bernard Sesbouë, De quelques aspects de l'église, Ed. Lethielleux, 280 páginas.

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