segunda-feira, 30 de maio de 2011

ASSEMBLÉIA DO CLASP É UM SUCESSO!

O CLASP - Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo reuniu 84 leigos e leigas representantes dos conselhos e grupos de articulação das regiões episcopais, pastorais e organizações leigas do nível arquidiocesano.

Estavam presentes: Pastoral de Fé e Política, do Menor, da Criança, da Pessoa Idosa, da Saúde, Juventude, CEBS, Afro, RCC, Focolares, Sociedade São Vicente de Paulo, Equipes Docentes, Ecologia, Operária, Migrante, Legião de Maria. Alguns leigos manifestaram também seu vinculo com instâncias da sociedade civil: Conselho Tutelar, movimento da Habitação, fórum defesa da Saúde, membros da Rede São Paulo, Movimento de Combate a Corrupção Eleitora, Instituto São Paulo de Cidadania e Política e Movimento de Integração Campo Cidade – MICC.

O encontro contou com a presença da presidência do CNLB Sul 1 representada pelo jovem Alex Rossi e do representante da Comissão de Juventude do CNLB o jovem Márcio (Botucatu). Esteve também presente Adélio Villalva, vice-presidente do CNLB Campo Limpo.

Na parte inicial, os participantes foram acolhidos pela Maura Araujo dos Santos, coordenadora do CNLB Lapa, e pela presidência do CLASP.

Por motivo de impedimento da participação da secretária Amanda Athayde (por motivo de estudos) nas reuniões da presidência. A presidência deu posse a Olga Benedita Maria, 1a. suplente, como 2a. Secretária do CLASP.

Apresentou-se a Comissão da Juventude do CLASP que está sendo implantada para fortalecer e apoiar as iniciativas da Pastoral da Juventude em São Paulo. Os responsáveis são Cristina Doná, Ettore Thiago, Kamila Gomes e outros jovens.

A Comissão de Formação e Teologia foi apresentada. Aprovaram-se a nomeação dos 30 leigos e leigas (educadores, professores, acadêmicos, mestres e doutores) que atuam em diferentes áreas do conhecimento, para contribuir com o CLASP e o laicato na proposição de conteúdos, textos, atividades e outros eventos na perspectiva da formação de um laicato maduro, crítico, autônomo e sujeito da evangelização nos espaços da sociedade.

A partir da temática "Cristãos Leigos e Leigas: sal da terra e luz do mundo" e com o objetivo de compreender a conjuntura social e eclesial para situar o CLASP e os demais organismos de Igreja a fim de planejar a ação para responder aos desafios atuais, a assembléia contou com a assessoria do Prof. Sérgio Ricardo Coutinho, cristão leigo, casado com a Patrícia e pai do João, historiador, assessor da CNBB no Setor do Laicato e para as CEBs.

O prof. Sérgio Coutinho refletindo sobre as crises do tempo atual e o fenômeno das mudanças de épocas provocou entre os participantes a seguinte questão: os eventos eclesiais e políticos recentes acenam para uma possível mudança estrutural na Igreja?

Iniciou sua reflexão sobre a experiência dos apóstolos com Jesus Cristo, a formação das primeiras comunidades, os dons e ministérios entre os batizados, a necessidade da comunidade de fé em institucionalizar-se por conta do império romano tornar a religião cristã oficial do Estado. A institucionalização é um fenômeno necessário e importante para manter os princípios e objetivos presentes diante de um processo de expansão, porém não deve sufocar a dimensão dos carismas, dos dons, dos ministérios, e muito menos da participação e da comunhão entre todos os batizados.

"a estrutura mais rígida não é totalmente indestrutível ... por mais que aparenta ser rígida, ela passa por mudança, mesmo sendo lenta e contínua"

Os eventos nos países árabes no continente africano e europeu (Espanha e França), a mobilização de jovens, a resistência de grupos sociais, vão revelando que na conjuntura atual a ditadura, o autoritarismo, a censura e o controle quanto mais se acentuam, o movimento de reação das pessoas é por maior abertura e independência de estruturas que não respondem mais as necessidades da vida pós-moderna.

No âmbito eclesial, fatos novos ocorrem: teólogos na Alemanha se manifestam contra situações da vida eclesial e exigem mais transparência e participação; a problemática pastoral e eclesial do Vicariato Apostólico de Sucumbíos no Equador em que os padres e os leigos exigem o respeito a vida pastoral da comunidade local; a preocupação do bispo da Diocese de Toowoomba (Austrália) em atender as necessidades pastorais do povo a ele confiado e o fato de sua remoção por parte da Cúria Romana diante do ocorrido. Eventos estes, que revelam uma preocupação séria com a necessidade de abertura por parte da hierarquia da Igreja para atender melhor e incluir todos os batizados na co-responsabilidade da evangelização e do outro lado a resistência da “estrutura” eclesial e da mentalidade (pré-conciliar) de alguns ministros ordenados, apoiados inclusive por movimentos vinculados a um perfil ideológico conservador e ultrapassado.

Novos eventos também são reveladores a partir do Vaticano, no papado de Bento XVI, que segundo a tradição da Igreja “é o bispo de Roma, portanto o primeiro entre os iguais (perante os demais bispos do mundo)” e responsável pela comunhão na Igreja. Podemos evidenciar: criação dos discatério romano para a Nova Evangelização; a beatificação do papa João Paulo II; Motu Próprio Sumorum Pontificum; eventos estes que enfrentam a realidade globalizante do capital excludente, da ditadura do relativismo. Por isso a preocupação da hierarquia e da Cúria Romana em recuperar ou reconstruir a identidade católica (perdida) por meio da tradição, dos símbolos, da autoridade episcopal, da centralização no presbitério, nas vestimentas, nos ritos. Estas atitudes, comportamentos e mentalidade têm cada vez mais se aproximado do período pré-conciliar.

Na vida eclesial brasileira o evento destaque está na eleição da presidência da CNBB e de suas respectivas comissões, que em sua maioria passaram por renovação elegendo bispos que anteriormente não faziam parte do quadro diretivo da CNBB. Destaca a eleição de Dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB, arcebispo de perfil conciliador, moderado, diplomático, com boas relações de proximidade e autonomia com relação à Cúria Romana, o CELAM, e outros organismos eclesiais. Percebe-se que ainda é um valor entre os bispos brasileiros a autonomia da CNBB, a colegialidade entre os bispos, a comunhão e participação entre todos os batizados e o reconhecimento da diversidade de dons e carismas na Igreja do Brasil. Vale ressaltar as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) como a reflexão norteadora para a elaboração dos planos de pastoral no âmbito arquidiocesano.

Em seguida, o presidente do CLASP, Edson G. P. O. Silva apresentou a proposta da presidência para que o CLASP e os organismos participantes tenham um plano para o próximo quadriênio a fim de estabelecer ações de curto, médio e longo prazo; a fim de melhor compreender e responder aos desafios da cidade e da Igreja; dar maior organicidade e fortalecer os espaços de organização do laicato. A proposta do quadro esta baseada na metodologia do Ver/Julga/Agir da Ação Católica, tem por diretrizes os documentos da CNBB, em especial o da preparação ao novo milênio, e a estratégia de planejamento já adotada pela Pastoral da Juventude do Brasil (PJB) dos anos 90. O material deverá ser lido e refletido por todos para que seja uma construção coletiva – comunhão e participação – e todos deverão apresentar observações, inclusões, alterações a serem consideradas no decorrer deste caminhar de 2011 a 2014.

Na parte da tarde, o prof. Sérgio Coutinho apresentou o esquema das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para que o CLASP e os demais organismos da arquidiocese possam evidenciar a missão do laicato na vida da Igreja e na cidade. O assessor sugeriu que as propostas apresentadas pelas DGAE sejam incorporadas ao quadro de planejamento do CLASP, no próximo 11º Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo e em todas as atividades planejadas pelos organismos eclesiais.

O documento da CNBB ressalta o seguinte objetivo geral: Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (cf. Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo.

Vários comunicados de eventos e atividades foram apresentados pelos participantes como o Seminário das Pastorais Sociais, fórum das mudanças climáticas, Encontro das Pastorais Sociais do Regional Sul 1, as reuniões preparatórias para a eleição do Conselho Tutelar, o Encontro Nacional de Fé e Política e a assembléia nacional do CNLB em Belo Horizonte em 23 de junho de 2011. Todos estes eventos estarão disponíveis no site do CLASP.

Encerrou-se o encontro com a celebração eucarística presidida pela Pe. Marcelo Maróstica, secretário de pastoral da Arquidiocese de São Paulo que motivou o laicato a fazer o (re)encontro com a pessoa de Jesus Cristo, seguí-lo, estar aberto para a conversão pessoal e pastoral que envolve a todos os batizados, a contribuir com sua ação e testemunho os sinais do reino.

Sob a proteção de Nossa Senhora, mãe de Jesus Cristo, intercessora nossa, concluísse os trabalhos.

Edson G. P. O. Silva

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