Artefatos descobertos em uma caverna remota na Jordânia poderiam oferecer um relato contemporâneo dos últimos anos de Jesus.
O achado dos pergaminhos e de 70 códices de chumbo – pequenos volumes do tamanho de um cartão de crédito – contendo a antiga escrita hebreia e falando do Messias e da Ressurreição despertou o interesse dos estudiosos da Bíblia. Grande parte da escritura está em código, mas os especialistas decifraram as imagens, símbolos e diversas palavras. Os textos poderiam ter 2.000 anos.
Alguns acadêmicos mostram-se céticos com relação à descoberta, já que foram inúmeras as fraudes e as falsificações sofisticadas produzidas nos últimos anos.
Muitos dos códices estão selados, o que sugere que poderiam ser escritos secretos referidos no livro apócrifo de Esdras, um apêndice de algumas versões da Bíblia. Os textos foram escritos em pequenas folhas de chumbo atadas com um arame.
O tesouro foi encontrado há cinco anos por um israelense beduíno e pode existir desde o século I, na época da Crucificação e da Ressurreição de Jesus.
Vários especialistas examinaram os escritos, incluindo Margaret Barker, ex-presidenta da Sociedade para o Estudo do Antigo Testamento, com um reconhecido conhecimento sobre os estudos dos primeiros cristãos.
Ela declarou ao jornal Sunday Times como a intriga que rodeia esses objetos era semelhante ao secretismo do mercado negro em torno da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto. Há um florescente mercado de antiguidades no Oriente Médio, e muitas figuras sinistras estão envolvidas nele. Um arqueólogo, supostamente, recebeu até ameaças de morte.
Barker disse: "Houve muitos enganos. Grandes somas de dinheiro foram mencionadas, até um máximo de 250.000 libras foram sugeridas como preço por uma única peça".
Ela teve acesso a fotografias tiradas dos códices e pergaminhos e se mostra cautelosa antes de confirmar a sua autenticidade. Mas disse que, se o material é original, então os livros poderiam ser uma evidência "única e vital" sobre os primeiros cristãos.
"Se eles são uma falsificação, o que eles estão falsificando? A maioria das falsificações são extraídas de material existente, mas eu não vi nada como isso", assinalou.
O proprietário do material escondido é um beduíno chamado Hassan Saeda, que vive na aldeia de Um-al-Ghanam, no norte de Israel, segundo o Sunday Times. Acredita-se que o material foi obtido depois de ter sido descoberto no norte da Jordânia.
Duas amostras foram enviadas a um laboratório da Inglaterra, onde foram examinadas por Peter Northover, chefe de um grupo de arqueologia e especialista em ciência dos materiais. O veredito não foi conclusivo sem mais provas, mas ele disse que a composição era "consistente com uma gama de chumbos antigos".
No entanto, Philip Davies, professor emérito de estudos bíblicos da Universidade de Sheffield, está convencido de que os códices são genuínos, depois de ter estudado um deles. Ele disse a seus colegas em privado que acredita que é pouco provável que o achado tenha sido falsificado, segundo informou o Sunday Times.
A nota é de Guillermo Caso de los Cobos, publicada no blog Terrae Antiqvae, 24-03-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
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