sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ARCEBISPO DE SP CRITICA POLARIZAÇÃO DE DEBATE ELEITORAL EM TORNO DO ABORTO

Dom Odilo Scherer diz que candidatos devem explicitar posição sobre tema.
Mas, para cardeal, outros temas devem ser considerados na hora do voto.

O arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, que também é membro do conselho permanente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), afirmou na manhã desta quinta-feira (7) considerar que não é positiva para o debate eleitoral a polarização em torno da questão do aborto. Mas, para ele, os candidatos devem apresentar claramente suas ideias sobre o tema.

A afirmação foi feita durante o encerramento da Semana Nacional da Vida, organizada no Amparo Maternal, entidade filantrópica que acolhe gestantes carentes, na região da Vila Mariana, em São Paulo.

Quando perguntado se a posição do candidato sobre o aborto seria fundamental na hora de escolher o próximo presidente da República, Dom Odilo declarou que outros assuntos também devem ser levados em consideração.

“[O aborto] é uma das questões que os eleitores têm que saber o posicionamento dos candidatos. Porém, a polarização em torno do assunto não é boa, porque temos muitos assuntos que devem também ser levados em consideração [na hora do voto]”, disse.

[O aborto] é uma das questões que os eleitores tem que saber o posicionamento dos candidatos. Porém, a polarização em torno do assunto não é boa, porque temos muitos assuntos que devem também ser levados em consideração [na hora do voto]"

Dom Odilo Scherer

Para o cardeal, os candidatos devem “se manifestar sobre aquilo que é sua posição [sobre o aborto], assim como tantos outros assuntos que interessam aos eleitores”.

Dom Odilo reiterou a posição da CNBB de não declarar apoio a partidos ou candidatos nesta disputa eleitoral. “A Igreja se propôs a não indicar partidos ou candidatos, mas apontar critérios e princípios com relação à escolha, que deve ser livre e autônoma.”

Questionado sobre integrantes da igreja que teriam indicado apoio a algum candidato, Dom Odilo afirmou que “se algum o fez é por sua responsabilidade própria. Não é uma posição oficial’. Ele descartou uma divisão na CNBB sobre o assunto. “A posição foi votada em assembleia geral, portanto, não há divisão”, declarou.

O arcebispo de São Paulo lembrou ainda que a Igreja Católica considera que a vida humana se inicia no momento da concepção. “Independente das condições que em que foi concebido, o ser humano precisa de amparo. A criança não deve pagar com a sua vida pelo que outros cometeram de forma errada”, disse.

A entrevista coletiva aconteceu no Amparo Maternal, uma entidade filantrópica que acolhe gestantes carentes, criada em 1939. Mais de 800 mil partos foram acompanhados pela entidade, de acordo com Dom Odilo.

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