Carta do superior Geral dos Combonianos, Padre Henrique G.Sánchez, enviada aos combonianos do Brasil por ocasião dos 25 anos do martírio de Pe. Ezequiel Ramin.Eis a carta.
Prezados Irmãos, escrevo em nome do Conselho Geral dos Combonianos, desde Roma, para nos unirmos a vocês na celebração dos 25 anos do aniversário do martírio do padre Ezequiel Ramin no próximo dia 24 de julho.
Sabemos que o exemplo e a lembrança deste nosso irmão estiveram presentes durante todos estes anos e, ainda hoje, continua a ser um modelo para muitos cristãos que procuram viver a sua fé comprometida na construção de um mundo mais justo e fraterno.
Vitória da vida
Com muita simplicidade podemos dizer que também nós somos testemunhas da vitória da vida que não pode ser destruída com a absurda violência da morte. A memória de Ezequiel está viva e guardada como uma riqueza em muitas comunidades cristãs, grupos, associações, grupos indígenas, Movimentos dos “Sem terra” e Centros de formação no Brasil. De fato, a lembrança da sua paixão missionária conhecida por muitos de nós combonianos e por outros que o conheceram em sua vida, aparecem agora não somente como uma lembrança, mas como a presença de um dom que o Senhor continua a nos oferecer através da história desse missionário.
Lembrado por muitos
Muitos cristãos o lembram e fazem deste aniversário um momento de celebração que é também para nós missionários combonianos uma ocasião para agradecer ao Senhor o dom de Ezequiel à mossa família missionária. O seu exemplo de entusiasmo e de radicalidade missionária é uma provocação que, sem dúvida, nos obriga a caminhar pela estrada de um compromisso mais decisivo em favor dos mais pobres e abandonados onde estamos presentes. A lembrança do martírio nos desafia, também, a não esquecer que a missão verdadeira é aquela que, aceitada com alegria, é vivida com paixão levando no coração o único desejo de colaborar na construção do Reino.
A missão é o absoluto de nossa vida
É a missão que se torna o absoluto na nossa vida, libertando-nos de tudo para colocar a nossa vida a disposição dos irmãos e irmãs aos quais o Senhor continua nos enviando como testemunhas do seu amor. Ezequiel foi um missionário que viveu a sua consagração até o fim e não voltou atrás. Ofereceu a sua vida por amor ao Senhor e aos irmãos que em pouquíssimo tempo souberam ganhar o seu coração e o ajudaram a descobrir o rosto de Deus naqueles que vivem no sofrimento, no esquecimento, na injustiça e, muitas vezes, no abandono. Sabemos que o seu exemplo de radicalidade missionária e a sua dedicação em favor dos mais pobres e abandonados continua a servir de estímulo para muitos cristãos nas comunidades que querem viver fielmente o compromisso cristão na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, e além da lembrança, permanece a figura do padre e do missionário que soube viver uma experiência de profunda comunhão com o seu povo.
Sempre mais atentos aos gritos dos mais pobres
Desejamos que este exemplo continue ajudando-nos a viver o nosso compromisso missionário sempre atentos ao grito dos mais pobres. A lembrança de Ezequiel será, com certeza, para a Família Comboniana presente no Brasil e para todo o Instituto uma ocasião para agradecer, mas também para renovar o nosso desejo de consagrar toda a nossa vida ao serviço do Evangelho, comprometendo-nos na construção de uma humanidade mais fraterna e justa. Agradecemos uma vez mais, junto com vocês, o dom de Ezequiel e desejamos que a sua lembrança seja mantida na Igreja do Brasil e no nosso Instituto como uma figura que nos desafia a viver sempre com mais profundidade a nossa vocação missionária.
Semente de novas vocações
Pedimos que o sangue de Ezequiel, derramado em terra de missão, se transforme em semente de muitas vocações missionárias e em vida nova para todos os cristãos que estão caminhando e se comprometem na construção de uma Igreja onde se vive os valores do amor e da justiça, e onde todos sejam reconhecidos como filhos e filhas de Deus.
Unidos a vocês no Cristo missionário.
Pe. Enrique Sánchez González
Superior Geral e Conselho
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