Lutadoras e lutadores populares reuniram-se de 25 a 28 de maio último para debater e anunciar O BRASIL QUE QUEREMOS.
Processo iniciado nas Semanas Sociais Brasileiras propostas pelos Bispos do Brasil e assessores das Pastorais Sociais, resultaram em atividades de grande importância para o Brasil: os plebiscitos contra a Alca, pela Auditoria da Dívida Pública, pela desprivatização da Companhia Vale do Rio Doce. Houve também desdobramentos como o Grito dos Excluídos e a I Assembléia Popular Nacional ocorrida em outubro de 2005, com a participação de 8 mil pessoas.
Estamos vivendo momentos cruciais em que está em jogo direitos centenariamente conquistados, prejudicando principalmente as mulheres. A crise por que passa a Grécia e que, certamente atingirá outros países, sacudiu a Europa e mostra que não é menos grave que a de 1929. Milhares e milhares de famílias estão sendo atiradas ao desespero como resultado da especulação dos gananciosos banqueiros e executivos de conglomerados internacionais. Os governos, mais uma vez, esquecem-se de seu povo para garantir os privilégios dos que arquitetaram a crise.
Boaventura de Souza Santos, sociólogo português que tem feito pesquisas no Brasil, freqüentador das várias edições do Fórum Social Mundial, lembra que a FAO (órgão da ONU para Alimentação e Agricultura) anunciou que 30 bilhões seriam suficientes para superar a fome no mundo. Os governos afirmam e reafirmam que não há essa quantia, mas não titubearam em liberar 900 bilhões para salvar o sistema financeiro europeu.
Contra essa insanidade, militantes de movimentos sociais e populares, pastorais sociais e grupos feministas de todo Brasil elevaram coletivamente suas vozes contra essa loucura. No mundo, foram 18 trilhões desviados dos cofres públicos para garantir que os que causaram a crise continuem vivendo nababescamente e expoliando a grande maioria da população do planeta.
Não queremos um Brasil em que os cofres públicos se abrem para que especuladores que dizem salvar os empregos mas compram, com dinheiro público, títulos da dívida pública para, com altos juros (taxa selic), lucrarem ainda mais.
O número de trabalhadores formais é pequeno. Se considerarmos os sindicalizados não chegam a 17 % da população. Nossa mobilização precisa incorporar a população menos protegida: trabalhadoras/es informais, desempregadas/os, ... É necessário contar com os movimentos de mulheres, catadoras de coco babaçu, imigrantes, donas de casa, ribeirinhos, estudantes, empregadas domésticas, camponesas/es, ambientalistas, pescadoras/es artesanais, os movimentos de defesa de consumidoras/es, marisqueiras, catadoras/es de materiais recicláveis, quilombolas, faxineiras, sem teto, indígenas, ...
O Brasil que queremos é o que incorpora as demandas da maioria da população que aqui vive. Nas Semanas Sociais Brasileiras, na I e II Assembléia Popular Nacional, nós gritamos contra a indústria de armas, o consumismo desenfreado, a depredação da Mãe Terra, os desmandos de banqueiros e especuladores. Propusemos um Brasil socialmente justo, politicamente democrático, ambientalmente sustentável, culturalmente plural e que incorpore as mulheres.
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